quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Educação Especial no Município de Cariacica

EDUCAÇÃO ESPECIAL NO MUNICÍPIO DE CARIACICA

Na rede municipal de ensino de Cariacica, as crianças com necessidades educacionais especiais por deficiência têm educação de qualidade garantida. São 15 as EMEF’s que dispõem de salas de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado (AEE) e prestam ensino individualizado. Além disso, uma equipe de professores colaboradores acompanha os alunos na sala de aula no ensino regular.

Das 15 salas multifuncionais, duas atendem especificamente a alunos com surdez ou baixa audição, uma é específica para deficiência visual e outra para altas habilidades e superdotação. As demais atendem também a crianças com deficiência intelectual, física, Transtorno Global de Desenvolvimento (autismo, síndrome de RETT e de Asperger, entre outros) e deficiências múltiplas.

Ao todo, são mais de 170 professores da rede, entre colaboradores e professores das salas de AEE. Todos eles são graduados e possuem curso com pelo menos 200 horas/aula na área de educação especial e inclusiva. São 114 alunos matriculados na rede municipal que frequentam as salas de AEE.

É o caso da aluna Beatriz Gomes Monteiro, de nove anos, estudante da EMEF Oliveira Castro, em Itaquari, que estuda o 2º ano do ensino fundamental pela tarde e duas vezes na semana tem acompanhamento na sala AEE da própria escola, no contraturno. Ela é deficiente visual e está sendo alfabetizada tanto no ensino regular como no sistema braille. A professora do AEE, Renata Chamarelli, ensina a escrita e leitura em braille há cerca de dois meses para Beatriz e prevê que até o final do ano ela já esteja alfabetizada, tendo aprendido as 63 combinações de braille.

Durante os 50 minutos de aula, Beatriz refaz junto com a professora todas as lições aprendidas durante as aulas regulares da tarde, mas usando desenhos, tintas, barbantes e papéis, por exemplo, para identificar em relevo o assunto. A tecnologia também já faz parte da rotina de Beatriz, que já escreve na máquina de braille e imprime os trabalhos escolares numa impressora específica que a escola tem, entre outros equipamentos próprios para o braille.

Assim como Beatriz, a aluna, Milena Vitória de Souza, de cinco anos, se diverte brincando. Ela estuda no CMEI Branca de Neve, em Nova Brasília, e frequenta a sala de AEE pela tarde na EMEF Oliveira Castro. Por ter visão reduzida, a professora planeja as aulas voltadas para a estimulação tátil, com uso de texturas, contrastes, livros e revistas em braille, brinquedos e jogos. As atividades preferidas de Milena são a bancada de luz, que trabalha com as cores e estímulo de reflexo, e jogos de encaixe. A mãe, Edimara, faz questão de acompanhar a filha nas atividades.

A professora, Renata Chamarelli, destaca a importância de o aluno ter o acompanhamento de um profissional especializado desde o ensino infantil. “O acompanhamento desde o CMEI é primordial, é uma idade em que se aprende mais rápido e a criança consegue memorizar muito bem. A gente da sala AEE trabalha sempre em parceria com os outros professores e realiza toda semana um planejamento de aula para cada aluno. No caso dos alunos com cegueira ou baixa visão, fazemos tudo em alto relevo adaptado e os textos já em braille, mesmo que eles ainda não saibam ler, para já se familiarizarem com o sistema”, explica.

Segundo Ione Aparecida Duarte Santos, referência da equipe de Educação Especial e Inclusiva, cada aluno frequenta a sala de AEE cerca de duas vezes na semana no contraturno para um atendimento individualizado. Em casos que a socialização é essencial para o desenvolvimento da criança, o atendimento é realizado em dupla. Os pais dos alunos também são convidados a participar das aulas. Ela também explica o papel dos professores colaboradores. “Temos os professores específicos para as salas de AEE e os colaboradores. Estes acompanham os alunos na sala de aula e ajuda o professor a adaptar o currículo para eles, com estratégia e didática específica para cada necessidade. O objetivo é garantir o acesso à educação e permanência na escola dos alunos com necessidades educacionais especiais”, afirma.

Transporte adaptado
A Prefeitura também possui dois veículos adaptados para transporte de cadeirantes. Vinte e sete alunos matriculados na rede municipal utilizam o serviço, que funciona nos turnos matutino e vespertino da escola, atendendo a alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental.

Família e escola
Desde 2006 a Secretaria Municipal de Educação (Seme) promove encontros de formação e socialização com as famílias dos alunos com necessidades educacionais especiais. Segundo Ione Aparecida Duarte Santos, referência da equipe de Educação Especial e Inclusiva, cerca de 40 pais de alunos se encontram mensalmente, na última quinta-feira de cada mês, na SEME, para discutir um tema específico de interesse dos pais e alunos. “Eles definem o tema de interesse, trazemos palestrantes e eles tiram dúvidas com os especialistas. Realizamos estudos sobre as deficiências, o ensino-aprendizagem e eles também trocam experiências do desafio enfrentado no dia a dia”, explica Ione.

Confira as escolas onde há as salas de AEE;

EMEF Oliveira Castro – Itaquari
EMEF Manoel Mello Sobrinho – Vila Palestina
EMEF Nilton Gomes – Cruzeiro do Sul
EMEF Terfina Rocha Ferreira – Itacibá
EMEF Talma S. de Miranda – São Geraldo
EMEF Renascer – Padre Gabriel
EMEF Agustinha Muniz de Oliveira – Vila Prudêncio
EMEF Eurides Gabriel – Santa Izabel
EMEF Joana Maria da Silva – Castelo Branco
EMEF Angelo Zani – Mucuri
EMEF Maria Guilhermina de Castro – Bubu
EMEF Tancredo de Almeida Neves – Santa Bárbara
EMEF Stélida Dias – Campo Grande
EMEF Almerinda Portela Colodette – Vila Progresso
EMEF Maria Augusta Tavares – Jardim Botânico

Recursos de Acessibilidade ao Computador



O conhecimento e a aplicação da tecnologia assistiva permite que qualquer pessoa, independente de sua condição físico/funcional tenha, através do computador, acesso à informação e a possibilidade de comunicar-se. O computador, através da interface gráfica e uma gama de dispositivos de entrada e saída, torna-se uma ferramenta valiosíssima e poderosa no auxílio à inclusão de pessoas com deficiência na educação e na sociedade, sendo para muitos uma ferramenta de trabalho e sustento.

SAIBA MAIS SOBRE HARDWARE E SOFTWARE ESPECÍFICOS CLICANDO AQUI

SAIBA MAIS - Teclados expandidos: indicado para baixa visão e para pessoas com dificuldades motoras (movimentos amplos e pouco precisos). Pode conter a opção de ajustes de sensibilidade para digitação. www.tashinc.com/catalog/ca_usb_king.html

Teclado reduzido: Indicado para pessoas com limitação na amplitude de movimento dos braços e mãos. http://www.tashinc.com/catalog/ca_usb_mini.html

Colméia: Artefato, normalmente confeccionado de acrílico transparente, com furações correspondendo ao posicionamento das teclas do teclado. Indicado para facilitar a seleção correta da letra a ser digitada. Importante para usuários que apresentam tremor e imprecisão na escolha da tecla. www.clik.com.br/clik_01.html#prod

Teclados programáveis: Bases sensíveis ao toque que podem ser configuradas de acordo com as habilidades do usuários relativas a amplitude de movimento, coordenação motora e visualização das informações gráficas do teclado etc. www.clik.com.br/intelli_01.html

Teclados e mouses virtuais: Programa que simula na tela do computador um teclado elétrico mecânico. Para a ativação das teclas o usuário poderá utilizar o mouse convencional, a função dwell (focalizar para selecionar) ou a varredura (sinais visuais ou retorno auditivo percorrem automaticamente as teclas.

Acionadores: Chaves que executam contatos elétricos ativando funções (cliques do mouse, teclas de teclado, ligar aparelhos eletrodomésticos, selecionar e ativar botões em controle remoto). Os acionadores podem ser ativados por pressão, sopro, tração, contração muscular, som etc. http://www.tashinc.com/catalog/s_index.html; www.clik.com.br

Hardware e software específicos ou ainda adaptações simples e baratas possibilitarão a utilização o computador, de forma independente: A fraqueza muscular, a falta de coordenação motora, a movimentação involuntária ou a impossibilidade de utilizar as mãos para o acesso ao teclado poderão ser dribladas através de modificações sugeridas no equipamento, da utilização de:

teclados expandidos ou reduzidos, colméias, teclados programáveis e teclados virtuais e com varredura;
acionadores diversos; software que controla o computador por comando de voz, entre outros.

SAIBA MAIS - www.bancodeescola.com onde encontra-se o texto de Elizabeth Dias Sá - Informática para as pessoas cegas e com baixa visão.

A linha ou "display" braille é um dispositivo eletrônico que reproduz o texto projetado na tela pelo impulso de agulhas com pontos salientes, dispostos em uma superfície retangular acoplada ao teclado, representando a cela braille, para ser lida por meio do tato, de modo equivalente à leitura dos pontos em relevo no papel

OCR: Optical Character Recognition - Reconhecimento de caracteres ópticos. É o software utilizado para a transformação de texto impresso em caracteres digitais.

Informações sobre programas de computador estão disponíveis em Inglês, no site do serviço de reabilitação do Mississipi, em www.msprojectstart.org/acc%20main%20page.htm

Também os dispositivos de saída alternativos poderão ser diferenciados para usuários cegos ou com baixa visão , onde teremos os programas leitores de tela, a impressora Braille, a linha Braille , software que faz o efeito lupa ou que utiliza cores contrastantes no monitor. Um computador com placa e caixas de som pode ler textos impressos para os cegos e pessoas com baixa visão, desde que esteja conectado a um escâner e possua instalado um software de OCR e síntese de voz. Basta colocar o livro ou revista no escâner e pressionar um botão para após alguns segundos o texto ser lido pelo computador. Essas leituras podem ainda gerar arquivos de som tipo MP3 reproduzidos em tocadores portáteis. Exemplos de programas que desempenham esta função são o Kurzweil, e Open Book.

No caso de pessoas surdas existe software que transforma sinais auditivos em informações visuais na tela do computador . Na rede da Internet estão vários sites destinados à educação e recursos para pessoas surdas, lá encontramos os dicionários de LIBRAS que apresentam texto e imagem (gráfico, clips animados e vídeo).

SAIBA MAIS - Links e demais informações podem ser encontradas nos sites: http://www.feneis.com.br/tecnologias/index.shtml ; www.ines.org.br/ ; http://portal.mec.gov.br/

No sistema operacional Windows o usuário surdo poderá encontrar, no assistente de acessibilidade, alternativas para transformar sons em sinais visuais ou em legendas.

Dicionário virtual de libras www.acessobrasil.org.br/libras

Como exemplo de software destinado aos alunos surdos poderemos citar a Coleção Clássicos da Literatura em LIBRAS/Português, disponibilizados gratuitamente em CD pela SEESP/MEC para as escolas com matrículas de alunos surdos. http://portal.mec.gov.br/seesp

Tecnologia originalmente desenvolvida para alunos cegos beneficia também aqueles com dificuldades em ler (leitor de tela e texto) e tecnologia que beneficia originalmente alunos com deficiência física pode também favorecer alunos com dificuldades na produção da escrita (software por comando de voz), neste caso são também utilizados editores de texto com predição, corretor ortográfico, função auto-correção e abreviatura expansão.

Softwares educacionais específicos também foram desenvolvidos para a educação de alunos surdos.

O computador está também favorecendo pessoas com dificuldades específicas na leitura e na escrita. Alunos que não possuem a habilidade de leitura, mas que não deixam de ter interesse por conhecer e pesquisar conteúdos em textos, como os disléxicos, poderão acessá-los no computador, utilizando software leitor de tela. Os textos impressos poderão também ser lidos para o aluno, através do escâner, computador e software específico que utiliza a tecnologia de OCR/síntese de voz e, desta forma, propiciam o acesso à pesquisa de conteúdos de interesse, pela Internet ou outras fontes. Estes alunos poderão também realizar a produção textual ditando ao computador por meio dos programas por comando de voz. Editores de texto com recursos de predição de palavras e corretores de textos também são utilizados por pessoas com dificuldades de escrita e servem como orientadores desta produção.

Como em nosso país o sistema operacional mais utilizado é o Windows, da Microsoft, cabe referir às opções de acessibilidade nele contidas e que podem ser encontradas no painel de controle do computador. Também o Windows XP possui um teclado virtual com três opções de “formas de acesso”. Com este teclado é possível produzir o texto apenas batendo em uma tecla (barra de espaço) do teclado.

Sites com programas de TA gratuitos são disponibilizados pela Internet.

SAIBA MAIS - www.oatsoft.org/Software/listing/Repository lista de softwares gratuitos e alguns deles já foram traduzidos para o português e serão disponibilizados pelo www.assistiva.com.br ; www.acessibilidade.net/at/kit/comunicacao.htm

O QUE É TECNOLOGIA ASSISTIVA


Essa Unidade tem por objetivo apresentar o termo tecnologia assistiva, seu conceito, classificação e composição, entendendo que são utilizadas muitas variações na terminologia e na sua utilização, sobretudo nos setores acadêmicos, político e educacional. A ênfase dada nesse texto amplia e apóia-se nos documentos do Ministério da Educação, que implementa uma política de inclusão e desafia o sistema educacional a reestruturar-se. É na perspectiva da inclusão dos alunos com deficiência que o conhecimento da Tecnologia Assistiva - TA toma importância para a educação brasileira. Valorizando a TA como uma prática de especialização, o MEC sugere a implementação deste serviço na escola regular e no espaço destinado ao atendimento educacional especializado.

Conceito e Objetivo

Tecnologia assistiva – TA - é um termo ainda pouco conhecido, utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, conseqüentemente, promover Vida Independente e Inclusão.

Em um sentido amplo, percebemos que a evolução tecnológica caminha na direção de tornar a vida mais fácil. Sem nos apercebermos, utilizamos constantemente ferramentas que foram especialmente desenvolvidas para favorecer e simplificar as atividades do cotidiano, como os talheres, canetas, computadores, controle remoto, automóveis, telefones celulares, relógio, enfim, uma interminável lista de recursos que já está assimilada a nossa rotina e, num senso geral, são instrumentos que facilitam o desempenho de funções ou tarefas.

Esta introdução nos faz refletir sobre como a tecnologia facilita a vida das pessoas. Em se tratando de uma pessoa com deficiência, a tecnologia se apresenta não só para facilitar, mas para tornar possível algo necessário ou desejado. Uma pessoa com deficiência, através da tecnologia, terá possibilidades de mobilidade, controle de ambiente, acesso ao computador, comunicação, realização de tarefas do cotidiano, entre outras atividades.

AUTOR

Cook e Hussey são autores de um livro clássico em TA chamado Assistive Technologies: Principles and Practices, que teve sua primeira edição em 1995.

CONTEÚDO RELACIONADO

Um conceito sobre Vida Independente pode ser encontrado no site: www.cvi-rio.org.br/